Desigualdade racial persiste no mercado de trabalho brasileiro

 

Mulheres negras enfrentam taxas de desemprego mais que o dobro das de homens não negros, enquanto negros são maioria entre trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão.

 

 

 

Jovem negro - Durante o XIV Seminário da Rede de Observatórios do Trabalho, com foco na juventude negra, realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no dia 7 de novembro, o economista e pesquisador do Núcleo de Estudos Raciais do Insper, Alysson Portella, afirmou que os jovens negros têm taxas de desemprego maiores que os jovens brancos.

 

“Assim como toda a população negra em todas as faixas etárias, a população jovem negra tende a ter um desempenho pior no mercado de trabalho em comparação aos jovens brancos”, afirmou. As pesquisas realizadas pelo Núcleo de Estudos Raciais apontam que o salário médio de um trabalhador negro é 42% menor que o de trabalhadores brancos em 2024. Entre as mulheres, a diferença é de 40%.

 

Portella sugere a construção de políticas públicas universais para reduzir as disparidades regionais, além da valorização do salário-mínimo e de ações afirmativas no mercado de trabalho, como as adotadas nos EUA em 1965, que podem aumentar a contratação de negros e reduzir as desigualdades raciais em termos de empregabilidade

 

Trabalho análogo à escravidão - Dados da Coordenação-Geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravizado e Tráfico de Pessoas (CGTRAE), do MTE, aponta que de 2002 a 2024 foram emitidas 25.336 guias de seguro-desemprego para trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão. “Das 25.336 guias, 16.902 foram para trabalhadores que se autodeclaram negros ou pardos, representando 66%”, ressalta a auditora-fiscal, Alessandra dos Santos Teixeira. Ela conta que no ano de 2023, das 3.073 guias emitidas, em 2.492 delas os trabalhadores se autodeclararam pretos ou pardos, representando 81% dos resgatados.

 

Zumbi dos Palmares - O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi instituído pela Lei 12519, de 10/11/2011. O 20 de novembro significa a afirmação da história povo negro no Brasil, especialmente porque reafirma, coloca como um marco histórico a morte de Zumbi, em 1695. Ele era então o líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi nasceu no quilombo, em 1655. Quando criança foi raptado por soldados e doado ao Padre Antônio Melo. No ano de 1670, com apenas quinze anos, fugiu da paróquia e voltou ao quilombo e depois da morte do líder poderoso, Ganga-Zumba, se tornou o chefe absoluto na luta contra a sociedade escravocrata. Não aceitou ficar sob o julgo da coroa portuguesa, queria a liberdade plena até o fim e em 20 de novembro de 1695, depois de resistir, e lutar contra várias expedições militares, ele foi morto.

 

Trabalho e Emprego

 

Fonte e leia matéria na integra: www.gov.br/trabalho-e-emprego

 

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